segunda-feira, 4 de outubro de 2010

SEGUNDO TURNO: FOI MARINA OU A ABSTENÇÃO?


Toda a imprensa estampa hoje que os 19 milhões e 600 mil votos de Marina levaram a eleição presidencial para o segundo turno.

Mas ninguém, absolutamente ninguém, deu atenção aos 24 milhões e 600 mil votos de uma candidata que não estava na cédula, a Abstenção!

Como já tratamos aqui no Blog, a estratégia do avança e recua do PT, em relação ao documento com foto, acabou desaguando numa solução do STF que não era o que o PT queria. Ao invés de deixar o título de eleitor e descartar a identidade, o STF descartou o título e exigiu o documento de identidade que falta a milhões de eleitores dos grotões brasileiros.

Deu no que deu, um contingente de eleitores, maior que o eleitorado de Marina, nem saiu de casa. Bastaria que 15% dessa abstenção não acontecesse para acabar a eleição em primeiro turno nada adiantando os votos da Marina, que chegou no seu teto máximo.

Mas a imprensa prefere creditar o mérito à Marina, apesar de que, é um angulo de observação muito subjetivo e ignora um fenômeno claro e escancarado nessa enorme abstenção que atingiu em cheio os redutos mais fiéis de Lula, prejudicando Dilma.

Será possível ao PT reverter essa situação no segundo turno, através da documentação de milhões de eleitores, sem ferir a lei eleitoral? O cidadão tem direito de requerer o documento por seus próprios meios, não podendo haver uma interferencia do poder político que represente manobra eleitoral.

Pelo lado do PSDB, a corrida pelos votos de Marina é fundamental.

Se atingiu o direito de milhões de eleitores, contribuiu para um dos preceitos fundamentais da democracia que é a alternancia dos partidos no poder, trazendo no segundo turno a possibilidade de impedir a continuidade de um projeto único.

O segundo turno promete mudanças.

Uma reunião de emergência para hoje já foi acertada entre os presidentes do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e do DEM, Rodrigo Maia (RJ), com líderes e dirigentes dos dois partidos.

A estratégia será fixada em dois eixos: adotar um discurso capaz de captar os votos dados à candidata do PV à Presidência, Marina Silva; e considerar o presidente Lula o grande derrotado da eleição, já que cantava a vitória de Dilma.

Para ampliar as chances de Serra no segundo turno, Aécio defende um freio de arrumação na campanha tucana.

O comando da campanha do PSDB à Presidência vai mudar o formato do programa para o segundo turno. Até o slogan "O Brasil Pode Mais" será substituído nessa nova etapa.

A campanha tucana ganhará um tom mais "positivo", reforçando motes na linha "Serra É do Bem", em confronto com a ideia de que o PT oferece ameaça à democracia brasileira.

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