quarta-feira, 4 de agosto de 2010

FALA FREI BETO

Frei Beto foi assessor da Presidência da República para assuntos sociais, onde coordenou o programa Fome Zero. Na época de estudante foi colega de "república"(casa que estudantes alugam para morar) de José Serra.


Para ele, o PT e um grupo hegemônico que o comanda “trocaram um projeto de Brasil por um projeto de poder”.


Entre as lições que aprendeu no período em que esteve no Planalto, uma delas é que “o governo é que nem feijão, só funciona na panela de pressão”.



Sobre indenizações a ex-presos políticos:
"Acho que não há dinheiro que pague o que sofri. Depois, porque embora tenha muita gente que eu respeite e por quem até lutei para que merecessem a indenização, acho que tem muita gente que foi com sede no pote de ouro, gente que recebeu indenizações milionárias e foi interrogado, esteve uma semana preso, enfim. Acho que virou uma certa farra esse negócio, então preferi não pedir. Em terceiro, porque eu não preciso do dinheiro do governo, eu consigo sobreviver do meu trabalho. Isso é dinheiro público, se fosse do bolso dos generais eu até aceitaria, iria reivindicar, mas não, e não quero usar em benefício pessoal."

“A principal crítica que eu tenho (ao governo Lula) é que serão oito anos sem nenhuma reforma estrutural, nem agrária, nem a tributária, nem a política, nem a da saúde, nem da educação”, opina Frei Betto.



Sobre a candidata Dilma: "Lula fez a escolha possível porque as outras se queimaram. Dilma é candidata por falta de opção."

Frei Betto lamenta que o Fome Zero tenha sido assassinado pelo próprio governo. “E no lugar de um programa que tinha um caráter emancipatório, se introduziu um programa de caráter compensatório que é o Bolsa Família. É bom? É bom. O Fome Zero era ótimo.

Na opinião dele, a maior concessão feita pelo governo é econômica, “se a gente considerar que o governo joga através dos títulos da dívida pública quase R$ 300 bilhões para fomentar a especulação no mercado financeiro e apenas R$ 44 bilhões na saúde, um pouco menos na educação”.

“Louva-se, como se fosse um grande mérito, o fato de o capital estrangeiro vir ter esse afluxo para o Brasil, como se isso não tivesse um ônus sério a longo prazo”.


O governo não muda ninguém. Faz as pessoas se revelarem. Tem um ditado espanhol que é fantástico: “Se quiseres saber quem é Juanito, dê-lhe um carguito”.

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