sexta-feira, 27 de agosto de 2010

QUEBRA DE SIGILO, AMPLA, GERAL E IRRESTRITA


A apresentadora Ana Maria Braga e os donos da rede atacadista Casas Bahia tiveram os sigilos fiscais quebrados na mesma agência da Receita Federal que acessou os dados do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira. De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, os dados de Ana Maria Braga foram acessados semanas antes da quebra de sigilo do tucano.

Cinco pessoas da família que é dona das Casas Bahia também tiveram o sigilo quebrado na mesma delegacia, segundo o jornal Folha de S. Paulo. Os acessos aos dados da família Klein foram feitos entre agosto e dezembro de 2009.

A assessoria da apresentadora Ana Maria Braga não foi encontrada para comentar o assunto. Já a assessoria das Casas Bahia afirmou que a família Klein tomou conhecimento da quebra de sigilo pela imprensa e não vai se pronunciar.

A Receita Federal, também por meio de sua assessoria de imprensa, disse que ainda está tomando conhecimento das informações e ainda não definiu se vai se pronunciar.

A informação de que os dados da apresentadora e da família Klein foram quebrados constam no mesmo relatório da Corregedoria da Receita que apura a quebra de sigilo de Eduardo Jorge. Nesta semana, o caso do vazamento dos dados voltou à tona e outras pessoas ligadas ao PSDB também teriam sido alvo da quebra de sigilo.

Em entrevista coletiva para falar sobre as investigações, o secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, afirmou que o órgão está constrangido e traumatizado e foi pego de surpresa.

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, voltou a responsabilizar a campanha da adversária, Dilma Rousseff (PT), pela violação de dados fiscais sigilosos de integrantes de seu partido e disse que era ele o alvo da "armadilha".

"Não são denúncias. São fatos. É um crime contra a Constituição. A candidata Marina (Silva, do PV) tem razão: se esse pessoal faz isso na campanha, imagina no governo", disse ele a jornalistas depois de conceder uma palestra para militares da reserva no Clube da Aeronáutica do Rio de Janeiro.

"Agora, foi uma armadilha que tentaram armar contra mim. Mas eles têm sempre um problema contra mim: eu sou ficha limpa. Toda eleição o PT costuma fazer a mesma coisa. Teve aloprados na última eleição e dossiê agora", disse.

O vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, disse nesta sexta-feira que a Receita tenta encobrir o PT com a informação de que não há indícios de motivação eleitoral no vazamento de informações de dados sigilosos. Segundo ele, o secretário do órgão, Otacílio Cartaxo, está pondo em risco a instituição ao "blindar" o partido que o nomeou.

- Desde o dia do primeiro depoimento dele eu já tinha dito que era "embromation", que eles estavam empurrando com a barriga. Até ontem, quando me entregaram o material, disseram que era sigiloso e insistiam que não poderiam falar a respeito. No processo que me entregaram não havia nenhuma informação sobre isso ( o esquema de venda de informações fiscais). Como, de um dia para o outro, ele descobre e comprova esses indícios ao ponto de dar declarações que botam na berlinda a instituição que ele trabalha? - questionou.

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