quinta-feira, 5 de agosto de 2010

PESQUISA INCONSISTENTE












Na pesquisa CNT/Sensus se destacam inconsistências internas no relatório, há várias contradições nos cruzamentos da pesquisa.

A CNT/Sensus encontrou intenção de voto espontânea maior do que na pergunta estimulada para os nanicos. Soma dos percentuais dos candidatos dos pequenos partidos na espontânea: 7%. Soma dos percentuais dos mesmos candidatos na estimulada: 5%.

A pergunta espontânea é a primeira feita aos entrevistados. Se o eleitor não souber o nome do seu candidato a presidente, não consegue responder. Por isso, os percentuais são menores do que na estimulada, quando o pesquisador mostra os nomes dos candidatos.

Exemplos: Dilma tem 30% na espontânea e 42% na estimulada, Serra tem 20% da espontânea e 32% na estimulada. Mas com os nanicos acontece um mistério: eles perdem eleitores de uma pergunta para outra, em vez de ganhar.

Zé Maria (PSTU) sai de 3% na espontânea para 2% na estimulada; Eymael (PSDC), de 2% para menos de 1%; Ivan Pinheiro (PCB), de 1% para quase zero. Ou seja, eleitores que surpreendentemente lembraram de seus nomes sozinhos, ao vê-los no disco mudam de ideia.

As contradições não ficam por aí. Marina tem 8,5% na pergunta estimulada.

Mais à frente no questionário, o entrevistador pergunta: “(…) em quem o sr.(a) votaria ou não votaria para presidente?” E dá quatro alternativas ao entrevistado: 1) É o único em que votaria; 2) poderia votar; 3) não votaria; 4) não conhece.Pois 11% dos eleitores responderam que Marina é a única em quem votariam.

Entre uma pergunta e outra, 2,5% dos eleitores mudaram de ideia e passaram a dizer que Marina é a única presidenciável em que votariam? Pode-se argumentar que a lista acoplada a esta pergunta não citava os nanicos. Mas, nesse caso, por que os percentuais de Dilma e Serra diminuíram (para 35% e 25%, respectivamente) em vez de crescer, como ocorreu com o de Marina?

Finalmente, a CNT/Sensus encontrou um empate técnico entre Dilma e Serra no Sul do país: 37% a 43%, respectivamente. Com apenas 291 entrevistas na região, a margem de erro máxima para o Sul é de quase 6 pontos percentuais. Ou seja: o tucano poderia ter 37% e a petista, 43%, que estariam dentro da margem.

O problema é que esse resultado contraria a série histórica de pesquisas, sem que tenha havido nenhum fato relevante que pudesse explicar uma ascensão fulminante de Dilma no Sul.

Outras pesquisas, com amostras muito maiores, como a feita pelo Ibope há poucos dias, apontam uma vantagem que varia de 11 a 16 pontos para o tucano nos três estados da região.

Por tudo isso, quem quiser realmente saber como está o momento eleitoral, vai ter que esperar a pesquisa Datafolha, porque infelizmente não se pode confiar nesses números.

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