O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso condenou ontem o comportamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta eleição. O tucano acusou o sucessor de abusar do poder para eleger a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
— Eu fui presidente na sucessão e não fiz o que ele faz. O presidente não deve, além de certos limites, se transformar num militante, porque senão, você está abusando do poder para obter resultados. Eu não acho isso correto — afirmou FHC, que participou, à noite, em São Paulo, de uma palestra sobre o relançamento livro "O Príncipe", de Nicolau Maquiavel.
O ex-presidente negou que tenha atuado como Lula, na campanha de 2002, para eleger o candidato tucano José Serra (PSDB). Fernando Henrique acrescentou que o limite para a atuação de um chefe de estado numa eleição é a lei.
— O limite é a lei. A todo instante, o presidente Lula está sendo multado. Passou da lei — alertou Fernando Henrique.
Ausente da linha de frente da atual campanha de Serra, o ex-presidente, que foi uma das estrelas da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), na semana passada, disse que permanecerá acompanhando a corrida eleitoral a distância.
— Eu participo, mas de outra maneira. Eu escrevo, eu discuto com ele (José Serra). Há pouco, falei com ele pelo telefone. Agora, não tenho mais nem energia para estar no dia a dia de uma campanha, que é uma coisa penosa — admitiu o ex-presidente.
Perguntado se ele não poderia ajudar mais se aparecesse mais na campanha, o tucano respondeu que sua participação não teria este efeito:
— Ex-presidente não tem esse poder — finalizou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário