Afastado do PT desde o escândalo do mensalão, em 2005, o jurista classifica o governo de "autoritário", acusa o presidente Lula de "mirar mais no poder pessoal do que nos objetivos do partido", diz que o Congresso e o Judiciário estão desmoralizados e defende a alternância de poder como indispensável ao estado democrático. "José Serra (PSDB) é um homem competente, mas Marina Silva expressa de forma melhor o ideário de um Brasil igual para todos."
Aos 88 anos, à frente da Fundação Interamericana de Direitos Humanos, Bicudo tem página no Facebook e escreve de próprio punho as notas que publica no Twitter, onde tem 618 seguidores.
Acho José Serra um homem competente. Plínio (Arruda Sampaio, candidato pelo Psol) é meu amigo e um homem de grande valor, que deixa tudo de lado para atender ao interesse público. Mas, Marina Silva expressa o ideário de um país onde todos são iguais, comprometido com os direitos humanos, não só relacionados à pessoa, mas ao meio ambiente."
"Deixei o PT desde 2005. Retirei a filiação porque entendi que o PT não cumpria mais o seu ideário. O que primeiro me advertiu sobre a mudança do partido foi a carta aos brasileiros (documento assinado durante a campanha presidencial de 2002) em que o Lula entregava-se ao neoliberalismo. Veio o mensalão, amoral e antiético. É um equívoco achar que não se pode governar com a minoria, porque Lula podia pressionar o Congresso com o povo. Como diz que não sabia? Lula manda no PT. Esse é um problema. Numa democracia, ninguém pode mandar num partido, se não a sua base. Mas, no Brasil, os partidos têm direção e não base. Ao pedir desligamento do PT, sequer recebi resposta. Ajudei o partido até o fim! Não conta?"
Lula. "É autoritário. Mira mais o poder pessoal do que os objetivos do PT. Me afastei dele. O eixo desse afastamento foi a sindicância interna feita por mim no PT, que enquadrava Roberto Teixeira, compadre de Lula e ele não perdoa ninguém."
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